Como era a vida nos tempos do regime militar?


Eita bandeira bonita. A tropa dispensa comentários. A vida dos brasileiros sob o regime miliar era completamente diferente de hoje. Claro que o mundo também era outro, mas os valores de um povo independem da época. Eis alguns time-lapses.

Nessa época não havia computadores, celulares, TV colorida (poucas), videogame, impressoras, etc Os jovens se divertiam jogando bola nas ruas, brincando de queimado, pega, garrafão, cinema, fliperama, praia, baile jovem, etc As coisas eram mais inocentes e todos eram mais respeitosos.

O Estado mantinha órgãos de controle, como o temido Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), com delegacias espalhadas por todo o País, para fiscalizar e corrigir desvios de comportamento pernicioso ao Estado, como subversão à ordem instituída. Combatiam principalmente os movimentos de esquerda, que visavam derrubar o governo e instalar o comunismo. No Departamento de Polícia Federal havia a Divisão de Censura de Diversões Públicas, para fiscalizar filmes, músicas e todas as outras expressões. Antes de iniciar o filme, aparecia um Certificado da Censura Federal, liberando o filme para exibição e constando a classificação etária e o horário de exibição, quando destinado a TV.  Havia apenas dois canais de TV e só abriam às 17 horas, fechando às 2 horas da madrugada.

Os jovens eram sérios, bem disciplinados e seguiam um padrão de comportamento. Não se pareciam com maconheiro (com tatuagem e/ou cabelo moicano) e nem tinham cara de rapariga (com brincos, diadema, etc), como os de hoje. Pareciam homens e não maloqueiros. Ao completar 14/15 anos o pai, irmão mais velho ou tio, levava o jovem para "tirar o queijo" no cabaré. Isso marcava a passagem para a idade adulta. A perda da virgindade era comemorada, mas o jovem ainda não tinha autorização dos genitores para tomar bebidas alcoólicas. Muitos jovens ficavam tão nervosos que não conseguiam fazer nada, mas a prostituta dizia que fizeram, caso contrário não recebia o pagamento prometido. Geralmente os jovens só conseguiam fazer alguma coisa a partir da segunda ou terceira visita ao cobiçado inferninho. Claro que os que não casavam cedo continuavam frequentando esses locais. Isso porque naquela época não existia puta de família, como hoje. Se um rapaz "comesse" uma moça era obrigado a casar. As moças eram reservadas, quase inocentes. E sobre elas pairava uma aura de mistério e encanto. Tinham uma pele sedosa e aveludada. Não tinham essas manchas horríveis de tatuagens e nem esses grampos nojentos encravados na pele, que dão mais a aparência de maconheira do que de gente decente. Para namorar uma delas era necessário ter a permissão dos pais. A parte mais difícil era pedir essa permissão. O jovem precisava tirar coragem de onde não tinha. Esse era o maior estresse da vida. Os poucos motéis disfarçados de hotéis existentes eram caros, luxuosos e seletos. Era necessário ligar para o motel e reservar o quarto e o serviço. Pobre não tinha esse direito e nem mulheres dispostas a ir para esses locais de taxi. Hoje basta fingir que tá namorando que tem sexo à vontade. E motel é o que não falta. Para se hospedar num hotel com a mulher era necessário apresentar a certidão de casamento. Afinal o nome do hotel estava em jogo e não podia ser manchado com uma aventura sexual. Com o surgimento das chamadas putas de família, os cabarés, mais conhecidos como zonas, foram extintos. 

As paqueras ocorriam nos bailes matinês. Nesses bailinhos as moças iam com vestidos tão apertados na cintura que ficava difícil respirar. E o busto dentro do corpete querendo pular. A cintura era reduzida na marra, levando em conta que as academias de ginástica ainda não tinham sido inventadas. Os meninos cheirando a Lancaster e as meninas a Chanel. Dentre os muitos conselhos que as mães davam para as filhas, tinha um que dizia: "Só depois de casar" (Como disse o saudoso Reginaldo Rossi). Esses bailes iniciavam às 16 h com musicas ritmadas (para dançar solto) e finalizavam com músicas lentas (para dançar agarradinho), por volta das 21 h. Às 21 horas em ponto o segurança do baile saía colocando todo mundo para fora. Era hora de menores irem para casa. Ordem do exército. Às 22 h o menor que fosse pego nas ruas era preso. Apenas a mãe poderia ir na delegacia soltá-lo (depois de levar um "veja bem" do delegado de costumes). Certa vez fui preso porque sai da escola e fiquei jogando totó após às 18h em uma mercearia em frente a escola. Com apenas 9 anos de idade fui algemado com as mãos para trás.  E eu e meu colega seguimos para a delegacia de camburão. Chegando lá nos colocaram em uma cela junto com duas mulheres que foram presas porque estavam brigando na rua. Não havia separação de mulheres, menores adultos nessa época. Por volta das 22 horas nossas mães foram nos salvar. No meu bairro havia um tal de Agamenon, fiscal de menores temido por todos. Agamenon era o cão chupando manga. Andava sozinho e à pé, com sua pistola na cintura. Quando via alguma irregularidade botava ficha no orelhão e ligava pedindo uma viatura. Muitas vezes deixava as crianças algemadas em postes ou uma nas outras e ia caminhando até a delegacia. Era ele quem prendia os jovens e levava para a delegacia. 

Todos andavam armados. Homem que não tinha uma arma não era homem, era meio homem. Para ter um carro, primeiro tinha que ter uma arma. O respeito entre as pessoas era grande e quase não havia assaltos ou homicídios. Ninguém andava sem camisa nas ruas e quando saía da praia eram obrigados a vestir a roupa. Para passar entre pessoas conversando na rua ou pelo quintal do outro pediam licença. Os muros das casas eram baixos ou não existiam. As armas eram vendidas nas lojas e ficavam expostas no balcão, como se fossem celulares. Ninguém roubava porque todos os funcionários e clientes da loja estavam armados e os bandidos não queriam virar peneira. Para tirar o porte de arma bastava levar a Nota Fiscal numa delegacia junto com os documentos e pagar uma taxa. Em poucos dias chegava a carteirinha. As armas mais vendidas eram revólveres 38 buldogues e pistolas 765. Duas maravilhas da época. Quando alguém gritava "pega ladrão", todos corriam em socorro da vítima e pegavam o bandido. 

Os filhos pediam a benção a mãe e ao pai antes de dormir e ao sair ou chegar. O respeito era grande e ninguém queria fazer coisas erradas para desagradar os pais. Bastava um grito da mãe ou do pai que o filho obedecia, mesmo sendo adulto. Em caso de desobediência os irmãos ou parentes surravam o filho desrespeitoso.

Algumas escolas públicas eram administradas ou vigiadas pelas Forças Armadas, como a Aeronáutica. As escolas públicas forneciam apenas o bolso com o emblema. O resto (tergal, costureira, sapato e material escolar) o aluno pobre tinha que trabalhar para custear. O fardamento era confeccionado por uma costureira. Se no dia marcado o aluno não tivesse de posse de todas as exigências da lista, não tinha acesso a escola. Mas não lembro de ninguém que tenha ficado de fora. Não havia merenda. Cada aluno levava o seu lanche. Se não tivesse o que levar, não comia nada. Ficava com fome e não podia reclamar. Os alunos eram tratados como soldados na frente de batalha. Não podiam demonstrar fraqueza. E os professores reprovavam sem dó nem piedade. O sistema de ensino era de avaliação continua. Uma forma de gargalo para que os alunos não concluíssem o ensino superior ainda analfabetos (como vemos hoje), como também, reduzir a demanda, pois não havia vaga para todos. Não havia maternal e nem jardim. A criança entrava na escola aos sete anos de idade e na primeira série. Concluída a quarta série o aluno era submetido a um vestibular para avaliar se tinha condições de cursar os quatro anos do ginásio. Após o quarto ano ginasial, o aluno era submetido a novo vestibular objetivando avaliar a sua capacidade de cursar os três anos do técnico ou científico. Desse modo, concluía o segundo grau e podia se habilitar a um curso superior. Não havia ensino de inglês. A língua ensinada era o francês (que eu gostava muito). Quando algum professor entrava na sala os alunos se levantavam. Os portões eram fechados dez minutos após o horário. Quem não chegasse a tempo não entrava. O horário de aulas era das 7h às 12h e das 13h às 18h. Os alunos não se dirigiam diretamente para a sala de aula. Ainda no pátio, eram formadas filas separadas por turma. Cada fila era formada com sequencialmente dos alunos de maior estatura na frente e os de menor estatura atrás, aumentando ou diminuindo gradativamente, conforme alturas. Em seguida, marcávamos os distanciamentos entre os colegas estendendo os braços até o ombro do colega da frente e até os ombros dos colegas das filas dos lados. Em posição de sentido, catávamos o hino nacional (enquanto a bandeira brasileira era hasteada (manhã) ou arriada (tarde), o hino do Estado e o hino da bandeira. Depois seguia-se com a oração do pai nosso. Após isso cada fila era liberada sequencialmente do menor até o maior nível escolar. As turmas saiam uma por uma, enquanto as demais ficavam em formação, com todos calados e em posição de sentido. A fila se desfazia apenas quando entrava na sala de aula, onde cada um procurava sua carteira para se sentar. Havia disciplinas como Moral e Cívica, OSPB (Organização Social e Política Brasileira) e Educação para o Lar. Reiterado desvio de conduta era punido com a expulsão do aluno. Expulso, o aluno não podia estudar mais em nenhuma escola pública.

O serviço militar era obrigatório. Apenas as forças armadas podiam liberar o jovem dessa obrigação. No dia da apresentação no exército, todos ficavam numa fila enorme. Ao entrar na sala de exame, ainda na fila, os jovens eram obrigados a tirar a roupa completamente e deixar no chão. Ninguém roubava nada de ninguém porque sabia que levaria uma surra do pessoal do exército. Como todos estavam em fila, ficavam de lado uns em relação aos outros e caminhavam com as mãos para trás. Ao chegar em frente ao médico examinador, havia uma marca no piso em frente à mesa, onde o jovem ficava para ser examinado. De pé no meio da sala, posicionado em frente aos examinadores e sob o olhar de todos da fila, procedia-se o exame. Decorria apenas alguns minutos, mas parecia uma eternidade de vergonha e vexame (apesar do pessoal do exército ser muito sério e profissional). Após isso, o jovem era liberado para voltar ao início da fila e vestir sua roupa. 

Homossexuais existiam, mas em número bem menor e sem apologia a esses distúrbios, transtornos, condição ou comportamento sexual. Não havia pornografia. As revistas masculinas, como a Playboy, mostrava somente peito e bunda. Quem quisesse algo mais picante tinha que comprar contrabandeada dos funcionários dos portos. Era dos portos que se compravam as cobiçadas fitas K-7 com músicas internacionais. Isso porque as rádios eram obrigadas a tocar 90% de músicas nacionais. A mídia empurrava MPB (principalmente Chico, Cae, Gil e Gal), mas ninguém gostava. Os jovens preferiam ouvir Creedence, Carpenters, Pink e outras. Mas abriam exceção para Renato e seus Blue Caps, Scorpions, Fevers e Pholhas. Não havia música de maconheiro, como funk e outras porcarias. A diversão dos jovens nas tardes de domingo era ver os aviões no aeroporto. O muro era bem baixo e os aviões podiam ser vistos do lado de fora. Quem não ia "becado" ficava do lado de fora, sem precisar entrar no aeroporto. Os bairros onde havia área militar eram patrulhados por soldados da PE (Polícia do Exercito) e PA (Polícia da Aeronáutica). Os quartéis não tinham muros com arames e cercas elétricas, como hoje, mas apenas esses soldados com fuzis e pistolas tomando conta. No caso de invasão as instalações militares a ordem era alertar ("alto lá"), dá um tiro de advertência para o alto, e em caso de descumprimento da ordem, tiro na testa. Não havia mi, mi, mi porque ordem era ordem. O executivo era um poder realmente independente, comandado por um general do exército indicado. O chefe do executivo tinha moral. Não era como hoje que possui função limitada pelo legislativo e pelo judiciário. Não havia eleição direta para Presidente da República e nem para Prefeitos de estancias hidrominerais. Esses eram indicados. A igreja católica tinha muito poder. As escolas públicas tinham aulas de religião (católica) e os professores eram padres. Essa disciplina reprovava como qualquer outra. Para tirar a certidão de nascimento era necessário o batistério, um certificado de batismo da igreja católica. Não havia divórcio, mas apenas o desquite para os casais separados. Quem se separava não podia mais casar e o segundo cônjuge era eternamente "companheiro" ou "companheira", nunca esposo ou esposa. Esses separados que casavam novamente não tinham todos os direitos do casado no papel, sendo a prioridade sempre para o cônjuge casado no papel. Nessa época as igrejas evangélicas também não aceitavam pessoas separadas. Passaram a aceitar depois que a lei foi alterada. 

Mas e as "atrocidades" cometidas pelo regime miliar? Ninguém nunca conseguiu provar nada sobre isso. Pelo menos no nível que pode ser considerado atrocidade. Para alguns corrigir prova com tinta vermelha é considerado tortura psicológica contra o aluno. Depende do que você considera tortura e atrocidade. Também nunca vi nenhum trabalhador reclamar do regime militar. Quem vivia trabalhando não tinha problemas com o regime. Apenas maconheiros, vagabundos, alienados comunistas e bandidos tinham esse problema. Se você não é nenhum desses, não reclame porque pega mal. Claro que houve erros e até excessos, como existe hoje em qualquer  dos poderes da união, mas daí generalizar já é alienação demais.


Interessante que todos os textos que falam do regime militar foram alterados durante o governo petista. Sempre potencializam as coisas ruins, não explicam porque os militares tiveram que fazer, cita condutas e excessos individuais como se fossem regra, etc

Veja um desses textos:

"DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e DOI-CODI (Destacamento de Operações e Informações-Centro de Operações de Defesa Interna) ficaram conhecidos pela brutal repressão policial-militar" [repressão de quem cara pálida?]. 

"Com a censura, todas as formas de manifestações artísticas e culturais sofreram restrições" [manifestações artísticas tipo, colocar um marmanjo nu para crianças ficarem apalpando ele].

"No fim do governo Médici, em 1974, as organizações de luta armada forma dizimadas" [era para deixar os maconheiros tomarem o poder?].

Interessante. Por que nem eu, nem minha família e nem ninguém do meu convívio perceberam nada disso? Ah! Sei: vivíamos trabalhando e estudando e não enchendo o quengo de maconha para ameaçar e assassinar militares.   


Essa era a vida nos tempos do regime militar. Foi a melhor época da minha vida (vivi nesse regime até os meus 23 anos). Os cidadãos eram respeitados e valorizados porque trabalhavam, estudavam e cumpriam as leis. Ninguém era louvado porque fumava maconha, balançava o rabo ou fazia vagabundagem. Bastava apresentar para a polícia a carteira de estudante ou a carteira de trabalho que era liberado numa blitz (exceto, se fazendo coisa errada). O Brasil era uma pátria e havia "Ordem e Progresso". A disciplina era levada à sério em tudo que tinha a mão das forças armadas. Um País que saiu da economia agrícola e partiu para a era industrial em menos de duas décadas. A prioridade do cidadão na crise era sempre arranjar trabalho para conseguir dinheiro (porque roubar era um péssimo negócio). Sem dúvida que a disciplina militar está fazendo muita falta ao Brasil, sociedade e família.  E no atual regime não tem solução. Não há como um povo que rouba energia e internet escolher político honesto.

Heitor Borba.

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