Mesa de bar é bom, mas devemos ter cuidado
Já disse ao pessoal mais chegado para não me convidar para casamentos, aniversários, batizados, chás de bebês e outras coisas chatas. No entanto, deixei bem claro que vou para todos esses eventos, desde que realizados num sábado ou domingo durante o dia e em um bar à beira mar. Não tem coisa mais chata e estressante do que aniversário de criança. Não sei como uma pessoa convida outra que chama de "amigo" para uma tortura dessa. Nem bêbado se consegue suportar a gritaria, algazarra e os gritos alucinados dos pestinhas. Nunca fiz o aniversário do meu filho porque não tinha saco para isso. O aniversário dele era sempre um passeio em algum lugar que ele escolhesse. Também sempre fujo dos meus aniversário. Beber em casa é outra coisa chata. A pessoa já sai para espairecer, vai beber em casa ou na casa dos outros? Não. Não me convidem para festas ou para beber em casa. Não bebo em casa por dois motivos: não serve para espairecer e dá mau exemplo.
Mas mesa de bar para mim é um oásis no deserto de estresse. Principalmente após a pedalada (bike). Voo livre (paramotor) não dá porque preciso dirigir na volta e nesses finais de semana fico sem minha cerveja. Deixei a asa delta por dois motivos: Precisa de térmica para voar e tem muito maconheiro. Perdi muitos domingos, após viajar quilômetros, para não voar porque a tal da térmica não aparecia. Paramotor voa de qualquer lugar. Não tem coisa melhor depois da prática de esportes intensos ou de uma dia estressante do que sentar em uma mesa de bar, de frente para o mar, e tomar uma cerveja mofada bem devagarinho, degustando cada gole. Daí a pouco as coisas voltam ao modo normal (em câmara lenta), a gente respira mais leve, consegue tomar o ar e sente a leveza da vida.
Só tomo cerveja. Quem gosta da bebida toma ela pura. Quem bebe Whisky com água de coco gosta mesmo é da água do coco. Quem toma todas e de vários tipos é alcoólatra e não gosta de nenhuma. O melhor da cerveja é que ela não vicia. Com no máximo 5% de teor alcoólico não tem como virar alcoólatra tomando cerveja. Também não faz mal à saúde. O que faz mal a saúde é feijão. Um conhecido comeu uma panela de feijão à noite e morreu empanzinado. Portanto, não coma feijão porque feijão faz mal à saúde. Seja sincero: você conhece alguém que virou alcoólatra tomando cerveja? Para quem já tem a doença (ou a frescura, vai saber), se vicia em qualquer coisa, como, jogo de azar, futebol, chocolate, álcool, tabaco, alucinógenos, religião, ideologias toscas, etc. Para os politicamente idiotas eu sou um alcoólatra único: tomo no máximo duas cervejas e só quando tem festa ou o estresse e exercício compensam. Nunca cancelei um compromisso por causa de cerveja e nunca dirigi depois de beber. Na verdade eu não acredito em vício (acho que é por isso que não consigo me viciar em nada). Existe a dependência química, mas vicio (dependência psicológica) só existe se a pessoa quiser. Sim, tenho várias provas. Uma delas: meu pai era ateu. Segundo os religiosos ateus não possuem força de vontade, controle, temperança, etc Fumava desde os 14 anos. Na época fumava 3, 4 maços por dia. Começou a sentir falta de ar. Foi ao médico e batata. Era o amaldiçoado. Naquela época os médicos atendiam fumando. Na mesma hora meu pai retirou os 3 maços do bolso e deu de presente para o médico. A falta da nicotina causou alucinações e deixou a língua, boca e esôfago em carne viva por semanas. Viveu mais 16 anos e nunca mais fumou. Moral da história: vício não existe. Conheço vários outros casos, inclusive de drogas pesadas que o dependente deixou sem precisar de nenhum tratamento. A partir do momento em que o viciado prefira morrer do que continuar sendo viciado, larga o vício (ou morre). Se você é viciado e acha que é fraco da cabeça, busque ajuda e saia dessa merda. Mas falando em cerveja...seguinte: Se você é alcoólatra, bebe para suprir a larica, então você bebe cerveja do tipo puro malte. No entanto, se você não é alcoólatra, bebe porque gosta do gosto (e do efeito também, por que não?), então você bebe cerveja que contém milho em sua composição. Eu explico: cerveja sem milho amarga que nem fel e ninguém em são juízo gosta de fel. As melhores são as que tem milho porque são adocicadas, gostosas, deliciosas. A gente toma degustando cada gole.
Mas voltemos a mesa de bar. Mesa de bar tem gente de todo tipo. Um colega falava que em mesa de bar temos dois tipos de gente: as que vão por elas mesmas e as que vão pelos outros. As que vão pelos outros são as perigosas. São homens e mulheres vigaristas, investigadores do serviço de inteligência das polícias, homens e mulheres querendo arranjar alguém para seus interesses, pessoas com segundas, terceiras e até décimas intenções, etc. Sabe, aquela história que diz que não existe mulher vigarista, o que existe é homem babaca? Pois, é. Essa é uma das poucas vantagens da idade: não ser babaca.
Não frequento bar porcaria e nem à noite. Prefiro pagar um pouco mais caro e estar em um lugar melhor. Bar de periferia é uma desgraça (não tem mulher nem vista bonita, higiene, atendimento ou gente decente). Às vezes até que tem algumas novinhas bonitas, gostosas, mal educadas, analfabetas e burras (interessadas e interesseiras). Difícil é suportar os papos: um tal de "dá licencia", "véve" e, como não podia faltar, o famoso "carái" (que entra rasgando nos ouvidos). Também não podemos esquecer dos bombadões da cintura para cima, cheios de tatuagens, com suas correntes de peso barato no pescoço e seus cérebros de lagartixa ("se liga aê doido, que ir pra vala mané?").
Um colega quarentão, da velha guarda e separado, passava os finais de semana atrás dessas putas de família de periferia. Achava mais fácil conseguir sexo com elas. Não significa que também não existam putas de família na alta sociedade. Acho que até existem mais dessas figuras na alta sociedade do que nas favelas. Enquanto nas favelas a motivação maior é a necessidade ocasionada pela miséria, na alta sociedade a motivação maior é a safadeza mesmo. O fato é que para conseguir sexo o tal colega topava ir para qualquer lugar, até aqueles bares de favela mal frequentados (sim, fui uma vez com ele para nunca mais). Lá para tantas e com duas putas na mesa, recebeu a visita de uma blitz da polícia: "Todos para o muro para a revista", gritou o chefe da operação. O colega, engenheiro, advogado e funcionário público do alto escalão do governo, se sentindo constrangido, permaneceu sentado à sua mesa, enquanto todos os frequentadores se dirigiam ao muro do outro lado da rua. O chefe da operação então chegou para ele e perguntou: "O senhor não ouviu? É para ir para o muro para ser revistado". Aí ele falou: "Eu tenho uma pergunta a fazer: ontem eu estava no bar tal na beira mar e percebi que vocês não fazem isso lá, chegam na maior diplomacia. Por que esse desrespeito aqui?" O policial respondeu: "Porque aqui, comprovadamente é local de bandido. Se o senhor não é bandido o que está fazendo aqui?". Concordo com o policial, que ainda foi gentil e revistou ele no local onde estava. Se os país aconselhassem seus filhos como os militares aconselham seus soldados, talvez não houvesse tanta inversão de valores. Nesse bar foram presos 3 bandidos, armados e com drogas. Depois desse dia ele passou a ser mais seletivo com bares. Os tempos mudaram e para tudo temos que ter sabedoria. Estacionar um BMW em frente a um bar de quinta categoria não é algo inteligente nos dias de hoje.
Bar é o pior lugar do mundo para se arranjar um relacionamento (para homens e mulheres). Você não vai conseguir nada que preste nesses locais. Para esses fins, prefira restaurantes decentes. Mesa de bar é excelente para ir sozinho ou com amigos e durante o dia (eu prefiro ir sozinho), tomar umas, degustar pratos, refletir sobre a vida e ter ideias. As melhores ideias que tive surgiram em mesa de bar e sozinho. Com amigos não se tem ideias, mas serve para esquecer os problemas e relaxar. Ficar arretando uns com os outros e tarando as bundas alheias é divertido. Se bem que com essa pandemia, tensão mesmo é ver a boquinha da menina. Também já fiz muitas amizades boas em mesa de bar. Não aconselho ninguém a frequentar bares à noite. Principalmente se não for adepto da ideologia LGPTSOL. Marmanjos se acariciando é visão do inferno. Busque por bares tradicionais e de ambiente familiar. Mas para quem não tem sabedoria, até os parentes são perigosos.
Bar gera empregos, movimenta a economia e turbina o turismo local. Não deixe de frequentar um bom bar, mas nunca leve esposa ou filhos menores. Não é lugar para eles (Ain! Machista! Paísta!). Esposa e filhos você leva para outros passeios. Passeios esses que geralmente não dão para se divertir por causa do compromisso com os acompanhantes. Amigos chatos, alcoólatras, ideólogos, fanáticos, que levam crianças ou que não têm moral para as esposas também devem ser evitados.
Quanto a mim, prefiro ficar sozinho com minha cerveja e meus pensamentos...
Heitor Borba.
