Pedalar é tudo isso

Passar o sábado ou domingo pedalando não tem preço. Pedalar é realmente tudo isso.

Pedalar é passar o dia feliz, esquecer os problemas, socializar, interagir com os colegas, fortalecer os laços de amizades, trocar ideias, conhecer locais turísticos, visitar paraísos naturais, manter contato com a natureza, rir, brincar, se divertir, fazer exercícios, celebrar, festejar e ser feliz.   

Sim. Pedalar é tudo isso. Não tem sensação melhor do que sair de casa de bike com o vento soprando e o sol batendo na cara. O mundo colorido e brilhante esperando para festejar o dia de folga. O ar com cheiro de natureza refrigera o corpo, canta nos ouvidos e faz a respiração mais leve. O brilho do sol faz as cores mais vivas e alegres. A natureza parece agradecer a contemplação do ciclista. 

Junto com os colegas certos e escolhidos a dedo, o ambiente fica mágico. Pedalar em grupos grandes tem a vantagem de passar uma sensação de segurança maior. Eu prefiro pedalar em grupos pequenos, de no máximo seis pessoas. Isso porque a interação é maior. E com uma maior interação fica mais fácil escolher os locais para pedalar e almoçar, mudar percursos, controlar tempo e ritmo de pedalada, etc

Pedalar só presta durante o dia e para passar o dia, sem hora para voltar. Geralmente saímos às 8/9 h e retornamos as 16/18 h. Como vamos devagar e parando, o dia passa rápido. A roupa e os equipamentos protegem do sol e de possíveis acidentes. Domingo é o melhor dia para pedalar, mas como já tenho compromisso para esse dia, vou no sábado. 

Nas paradas para almoçar e tomar umas, zoar com os colegas é o máximo. Um colega pergunta ao grupo o que eles acham do cara que faz chapinha no cabelo (tem um que faz). Outro pergunta o que eles acham do cara que usa óculos lilás (tem um com armação lilás). Daí começa a zuação. Não há frescura ideológica no grupo e pode falar "negão", "mais fresco", "mulher no trânsito, perigo constante" e outros (exceto, se alguém reclamar). O respeito e o construtivismo são deveres de todos os integrantes do grupo.

Gente chata, como fanáticos ideológicos (religiosos, vegans, militantes políticos, torcedores de futebol e outros) não deve integrar o grupo. Ninguém quer ouvir sermão e todos já são grandinhos o suficiente para saber o que querem da vida. Quem bebe é porque o álcool não faz mal para ele. Se faz mal a alguém então não beba. Se come carne é porque concorda que o animal seja usado como recurso. Quem tem pena do animalzinho não coma carne. Se não acredita na bíblia, paciência. Quem acredita que siga, gaste tempo e dinheiro com isso. Fumantes são aceitos, mas não podem fumar próximo ao grupo. No entanto, há outras características individuais que não são aceitas no grupo, como por exemplo, maconheiros, cheiradores de cocaína, beberrões e briguentos. Qualquer coisa que estresse é tirado fora. Saímos para aproveitar o máximo do pedal, não para cuidar de noiado, carregar bêbado nas costas, desapartar brigas ou ir parar na delegacia. Quem tem suas ideologias toscas que fique com elas para si. Andar armado, pode, e às vezes até deve, mas somente com autorização e sem ingestão de bebidas alcoólicas. Menores também não podem pedalar, exceto, se acompanhados dos pais. Se não podem ser responsabilizados pelos seus atos também não podem pedalar, votar e muito menos frequentar bares. Coisas óbvias, mas que infelizmente precisam ser ditas. 

Não pedalamos como se fosse uma competição. Pedalamos suave, ao ritmo de todos e parando em locais escolhidos. Á sombra das árvores, nos deitamos, refletimos, conversamos e descansamos. É relaxante deitar sob as árvores e contemplar o farfalhar das folhagens ao vento e os raios de sol como chuveiros de luzes descendo das copas. Pássaros, saguis e outros animais vêm nos receber de suas casas. O canto dos pássaros e dos ventos nos avisam que o dia é especial. A energia do sol que brilha em um colorido vibrante renova nossas energias, nos dá forças e passa esperança. Felicidade essa que só vive quem pedala. Nos pontos de parada (ao fim de cada percurso sempre tem um bar), amarramos as bikes, lavamos os rostos, sentamos à mesa e iniciamos os bebes. Para mim, Brahma, Boêmia ou Budweiser. Cerveja sem milho amarga que nem fel e ninguém consegue degustar aquela porcaria. Para os demais colegas, de Pitú de Vitória de Santo Antão👍 a suco verde😝. Depois vem os comes, de frutos do mar e carnes 👍 a salada de rúculas😝. Após os comes e bebes e brincadeiras, vem os papos mais centrados. Planos, investimentos, contratos, empresas,  mulheres e até maridos para as colegas solteiras fazem parte do menu. Mas tudo de modo informal. Conversas mais sérias são marcadas para outra ocasião.  

E assim passamos nosso sábado. Voltamos renovados física e emocionalmente, dando mais valor ao que somos e ao que temos. A sensação é a de que estamos vivos e vivendo, que nossos esforços estão sendo recompensados e que vale a pena viver.  É assim que eu vou viver meus últimos vinte anos de vida útil (até 80?). E você? 

Forme seu grupo de pedaladas. Mas antes estude sobre a bicicleta ideal para o seu biótipo (quadro, aro), regulagem e uso dos recursos (altura do cavalo, marchas, etc) e código de trânsito para bicicletas. Conheço alguns que desistiram de pedalar por causa do efeito bike. O efeito bike é quando o pretendente a ciclista acha que para pedalar basta compra uma bicicleta e uns equipamentos de ponta que já é ciclista. Não é. É apenas um pedalador. É preciso estudar algumas horas para ser ciclista. Assuntos como conhecimento e uso correto dos equipamentos de segurança e dos dispositivos da bicicleta, manobras perigosas e legislação de trânsito aplicada são fundamentais. Caso não saiba comprar a bike ideal e regular os dispositivos de forma adequada ao biótipo, o pedalador volta exausto, cheio de dores e conclui que não gosta de pedalar. É o efeito bike que ocorre apenas com pedaladores e não com ciclistas. Há alguns artigos e vídeos sobre isso na internet. Vale a pena investir algumas horas nesse conhecimento.

As fotos utilizadas são do Blog AquaBike, do ciclista Enilton Gomes. Vale a pena conferir.

Escolha pessoas conhecidas, de preferencia próximas a sua casa e que não causem problemas. Grupos pequenos são melhores. Lembrando que o mais importante de tudo isso são as amizades. Sem boas amizades nada disso presta. Eu tive sorte porque dois dos ciclistas que pedalam comigo são também amigos de infância, que trabalharam e estudaram comigo praticamente toda a vida. Portanto, use os equipamentos de proteção, aprenda a usar as marchas corretamente e sucesso na nova vida. 

Boas e felizes pedaladas.


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