Como nunca se sentir um merda e sempre manter a autoestima lá em cima?


Durante conversas com pessoas de diversas crenças, nível econômico e social, sempre percebo uma certa baixa autoestima na maioria das pessoas.

Quando estamos numa fase ruim da vida, somos pobres e nos encontramos em um local luxuoso e com pessoas ricas, por exemplo, a tendência é realmente nos sentirmos um pouco para baixo, com sentimento de inferioridade, nos achando pequenos, insignificantes, amedrontados e até em pânico. Tive uma adolescência sofrida, iniciando minha vida laboral aos 12 anos de idade em função de ter ficado órfão de pai aos 10. Até os meus 20 anos, me achava um bosta, com forte sentimento de inferioridade. E isso estava atrapalhando a minha vida profissional. Não conseguia fazer uma palestra, um treinamento, falar com o chefe ou mesmo reclamar algo com um empregado. Nem meus direitos eu reivindicava. Fui aconselhado a buscar tratamento(?) com uma psicóloga. Não funcionou. Busquei mais duas psicólogas. Nada. Aliás, não sei como alguém pode se tratar de alguma coisa somente com conversa mole de gente que não tem sequer um terço da sua vivencia. Gente que se caga toda com qualquer aperto. E as patricinhas porras-loucas são as piores. Por mim pode acabar tudo quanto é religião, psicologia e psicólogos. Hoje não sinto falta e nem necessidade de nada disso. Entendi que sou mais eu e daí começou minha jornada rumo a elevação meteórica da minha autoestima. Me considero um cara feliz (Todo doido é feliz. Só não é feliz quem cuida dele).

Recentemente, fui convidado por uma colega de profissão e amiga particular para uma confraternização ("confra", para os frescos) junto com outras pessoas. Um grupo reduzido com apenas dois homens e quatro mulheres (só os mais chegados). Como ela já sabe que qualquer que seja a festa (batizado, aniversário, casamento, chá de bebê etc) para eu ir é preciso que seja em um bar/restaurante não fechado/confinado, num sábado durante o dia e sem crianças, assim foi feito. Sábado é meu dia de pedalada. Quando não faço uma trilha ou vou a um lugar específico, fico rodando pela orla até dá fome e sede e parar em algum lugar decente para almoçar e tomar cerveja que contenha milho. Por isso meus sábados são sempre felizes. Não tem comparação com "hora feliz", "hora social" ou qualquer outro evento de igreja. Cheguei no restaurante de bike por volta do meio dia. Ninguém havia chegado ainda. Pelo WhatsApp fui informado que chegariam por volta das 13 h. Minha bike não é lá essas coisas, mas é uma básica decente (aro 29, freio a disco, quadro 18 e rodas de alumínio com raios inox, nada mau). Ainda por cima eu pedalo todo fantasiado de ciclista (capacete, short, bolsa de costas, blusa profissionais etc). Mas a arrogância idiota de alguns pode estragar o dia de outros (menos o meu). Era um dos restaurantes mais chiques de Boa Viagem. E eu cometi o pecado imperdoável de chegar...de bike. Na rampa de acesso ao salão, um segurança empaletozado fingiu que não me viu. Ficou de costas para mim. Olhei em volta e não havia lugar para amarrar a bike. Conduzi a bike até a rampa, empurrando pelo guidão e me dirigi ao segurança empaletozado:
-Boa tarde mestre! (gritei alto para que ele não pudesse fingir que não escutou);
Ele olhou para mim e apenas inclinou a cabeça.
-Onde fica o bicicletário? Perguntei (sempre falando alto);
-Eh! Não tem... Disse o tal.
-Não tem? Pô, que absurdo! Falei. Nesse momento chega um grupo de pessoas chiques e ele as acompanha. Então, subi a rampa conduzindo a bike pelo guidão até a entrada do salão, sob os olhares dos presentes. O empaletozado correu em minha direção fazendo gestos com a mão para eu parar. 
-Não pode entrar com a bike, senhor. Disse ele. 
-E onde eu coloco? Perguntei.
-Amarre ela aí no guarda-corpos, pelo lado de fora. Ordenou.
O local era um espaço de garagem ao lado do rampa de acesso, com guarda-corpos laterais de aço inox. Havia um Camaro (amarelo, claro) estacionado no local. O espaço entre o veículo e o guarda-corpos era de aproximadamente 70 centímetros. Ao amarrar a bike, percebi alguém esticar o pescoço da mesa em que estava para ver se eu ia arranhar o carro. 
Amarrei a bike, subir a rampa e perguntei ao empaletozado pelo sanitário. Busquei uma mesa periférica, com vista para rua. Arriei as luvas, a bolsa de costas e o capacete na mesa e fui ao sanitário para urinar e lavar o rosto suado.  
Percebi muitos olhares curiosos dos frequentadores chiques. "Devem estar me achando bonito, interessante ou mesmo com inveja da minha liberdade e da minha mente livre". Pensei.  Afinal de contas não é todo mundo que tem essa coragem. Ainda mais com o meu ar arrogante e minha pose de importante. E, não. Hoje eu não me acho menor ou menos importante do que ninguém. O moral é o mesmo, como se tivesse chegado numa Ferrari. É assim que é. É assim que deve ser. EU sou mais importante e tenho mais valor do que uma Ferrari. 
O garçom trouxe o Menu. De imediato pedi uma balde com long neck Bohemia. Na mesa ao lado, um retardado com broches enfiados nos beiços na sobrancelha. Junto com ele, outro com cara de rapariga (de diademinha e tudo). Ouvi um deles dizer: "O cara anda de bike e se acha um piloto de fórmula 01" (se referindo a minha camisa de ciclista, de mangas longas). Chamei o garçom e falei bem alto: 
"-Interessante: eu posso chegar aqui que nem um retardado, cheio de broches nojentos enfiados na cara, com cara de rapariga, que não tem problema nenhum. Mas chegar com roupa de ciclista não pode. Quem é que está idiotizando esses jovens, hein?".
O garçom apenas olhou para a mesa ao lado e deu um risinho.
Os jovens olharam para mim e ficaram cochichando entre si. Esperei alguma reação deles contra mim, mas não houve. Apenas pagaram a conta e foram embora. 
Um senhor que estava com a família numa mesa próxima, virou-se para mim e disse:
"-Eu vi o senhor reclamar com os jovens. Fez muito bem. Desde que o senhor chegou aí que eles ficaram tirando onda. Aquelas nojeiras enfiadas na cara, acham normal. Tem que fazer isso mesmo, colocar esse povo no lugar deles". 
Agradeci o apoio. O gerente vem até a mesa me pedir desculpas pelos jovens. "Tudo bem, sem problemas". Falei.
Minutos após o ocorrido, chega o pessoal e a festa começa.

Como nunca se sentir um merda e sempre manter a autoestima lá em cima?
Simples: ser arrogante o suficiente para ser você mesmo em qualquer local e em qualquer situação. Não mude na presença dos outros. Não procure mostrar o que você não é. Não ponha seu valor nos outros ou nas coisas dos outros. Seja sempre você mesmo. Seu maior tesouro é sua mente. Se imponha como ser humano, profissional, cliente, consumidor, cidadão etc A sua vida e o que você é são mais importantes do que qualquer coisa no mundo. Mas é preciso ter cuidado para não cair no Efeito Dunning-Kruger. Uma das vantagens do arrogante racional é nunca cair no Efeito Manada. E isso tem me livrado de muitos problemas (pirâmide financeira, algum amigão muito inteligente já lhe ofereceu?).
Se há conhecimentos, vivências e habilidades nos outros que você não tem, também há conhecimentos, vivências e habilidades em você que os outros não tem. Os outros podem ter os milhões que você não tem. E daí? São mais felizes do que você? São melhores e mais inteligentes do que você? Sabem aproveitar e usar o dinheiro como você usaria? São fúteis porque não sabem o valor das coisas. E a futilidade traz o vazio. E o vazio traz a depressão. Simples assim.  
Não vejo lógica em me sentir inferior diante de pessoas que possuem defeitos e vícios que eu nem tenho. Não é racional considerar alguém que não tem nem um terço da sua experiência de vida ou do seu conhecimento melhor do que você. Quem faz coisas irracionais é doente mental. Eu vivo isso não porque acredito, mas porque reconheço essa realidade. É uma constatação. EU sou EU e mais EU. Exijo respeito. Exijo meus direitos. Me amo. É só isso.   

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