Dicas básicas para ciclistas iniciantes

Ciclismo é um esporte excelente porque permite conhecer pessoas e lugares, passear, degustar comidas e bebidas e fazer exercícios. Um lazer esportivo completo.
No entanto é preciso prestar atenção a alguns fatores que podem inclusive comprometer a saúde, além do interesse no esporte. Quando alguém vai pedalar e volta cheio de dores não é normal. O ciclista deve voltar apenas cansado do exercício e não "aleijado", como dizem. Para isso é preciso observar algumas dicas:

ESCOLHA DA BIKE
A bicicleta ideal para iniciante pedalar é do tipo Mountain Bike, aro 29 de 21 marchas. Essas bikes possuem pneus carambolados, mas sem exagero. Não são aqueles pneus grossos para andar na areia da praia. Para escolher, primeiro veja qual quadro melhor se adapta ao seu biótipo. Um quadro muito grande vai fazer com que o ciclista pedale muito inclinado para frente, numa posição ergonomicamente desconfortável, sobrecarregando braços, mãos e região da virilha. Quanto maior for o quadro mais distante ficará a sela do guidão. Já um quadro muito pequeno vai dificultar as manobras laterais. Nessa situação o guidão fica batendo nos joelhos. Isso prejudica o ciclista nas curvas, na postura e nos movimentos. Essas posturas incorretas, forçadas, levam ao surgimento de dores nas costas, ombros, pescoço, mãos e virilha. Muitas marchas confundem e prejudicam as trocas nos momentos exatos. É preciso ter prática para conseguir posicionar as marchas corretamente e no momento certo. Com 21 marchas esse controle fica mais fácil de ser executado. Outra questão importante é o aro. No aro 26, por exemplo, a roda é muito pequena e não dá para acompanhar os colegas. Com aro 29 o desempenho é bem melhor, não somente na resposta do deslocamento a partir do zero, como também na velocidade. Os pneus carambolados e bem calibrados evitam derrapagens, principalmente nas curvas. 

CONHECIMENTO DA BIKE
Subir uma ladeira empurrando a bike ou mesmo no forte desgaste da marcha de alta denota amadorismo e desconhecimento da bike. Nenhum ciclista que se preze faz isso. Portanto, é preciso conhecer todos os dispositivos da bike e testar antes, principalmente os ajustes e utilização das marchas. As marchas devem ser movimentadas por igual. Se for reduzir ou aumentar as marchas, as catracas devem acompanhar a troca da coroa. As marchas funcionam de forma alternada: catraca traseira menor na coroa maior. Coroa menor na catraca traseira maior. Caso contrário, as marchas ficarão cruzadas, estalando e consequentemente acarretará na queda da corrente. O que dá muito trabalho para recolocar no lugar.    

REGULAGEM DA BIKE
O ciclista deve aproveitar ao máximo os dispositivos dotados por regulagem da sua bike. A utilização de peças originais ajudam. Substituir o guidão reto, por exemplo, por outro curvo (tipo chifre de boi) não é uma boa ideia. Isso porque as bikes projetadas para esse tipo de guidão possuem um quadro maior ou a sela mais afastada do guidão. Se colocar guidão curvo numa bike de guidão reto, os joelhos vão ficar batendo no guidão. A sela ou selim deve ser fina, mas confortável. Sela muito fina para quem tem quadril largo pode aumentar a pressão na região da virilha e ocasionar dores. Já uma Sela muito larga ("sofás"), prejudica as manobras mais radicais. Para saber qual sela usar, o ciclista deve sentar sobre o selim e observar as marcas dos dois ossos da bacia afundados na sela. Os dois ossos devem sentar na parte mais alta da almofada. Para isso, as duas marcas referentes a esses dois ossos não podem ficar na parte mais baixa da almofada e nem dos lados da sela. Devem ficar exatamente sobre os dois pontos mais altos da almofada da sela. Busque por selas que possuem abertura central, na altura da região entre o ânus e o início dos testículos ou vagina. Isso alivia a pressão nessa região.          
A regulagem da bike deve começar com a adaptação do cavalo. Cada pessoa tem um cavalo diferente. Cavalo é a distancia sela-pedal. A altura da sela deve ser ajustada de tal forma que o ciclista pedale como se tivesse de cócoras. Os joelhos não devem ser esticados ao máximo quando o pedal tiver no ponto mais baixo. No ponto mais baixo do pedal, a coxa e a perna devem formar um ângulo de aproximadamente 120 graus. Na posição de pedalada, as distancias entre os pontos de apoio deve permitir ao ciclista dividir proporcionalmente o peso do corpo entra a sela, os pedais e o guidão. Qualquer desproporcionalidade entre esses pontos de apoio por longos períodos pode acarretar fadiga e dores nas regiões mais sobrecarregadas. Os pés devem posicionar nos pedais através do peito do pé. Isso dá mais mobilidade, equilíbrio e agilidade ao ciclista. Nunca posicionar os pés no pedal na região central da cava. Os braços também não devem ficar esticados, mas com uma leve flexão.   

MARCHAS
Para iniciantes o ideal é a bike 21 marchas. Nas de 21 marchas temos três coroas e sete catracas (traseiras). Mudar a marcha é mudar a corrente de uma catraca maior para outra menor ou vice-versa. As alavancas de acionamento ficam presas ao guidão. Sendo no guidão esquerdo as marchas da coroa (reduzir e aumentar  coroa) e no guidão direito as marchas da catraca (reduzir e aumentar catracas). É considerado marcha cruzada quando temos a diferença de mais de três marchas para maior ou menor. Temos três coroas: 1 (maior, do lado externo do conjunto, mais velocidade e mais pesada), 2 e 3 (do lado menor, menos velocidade e mais leve) e sete catracas: 1 (maior, do lado interno do conjunto, menos velocidade e mais leve), 2, 3, 4, 5, 6 e 7 (menor, do lado externo do conjunto, mais pesada e mais velocidade). Percebemos que as marchas da coroa são inversamente proporcionais as da catraca. Marcha cruzada é quando a corrente está na coroa maior e na quarta catraca, por exemplo. A configuração correta seria: 
-Coroa 1 (maior) e catraca 1 (menor lado externo), 2 ou 3;
-Coroa 2 e catracas 3, 4 ou 5;
-Coroa 3 e catracas 5, 6 ou 7 (menor lado interno);
-Coroa 1 e catraca 4 - Cruzada.  
Abaixo um esquema para uso ótimo das marchas 3 coroas X 7 catracas = 21 marchas:

 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Não precisa de exagero. Basta um capacete, uma camisa de mangas, luvas, tênis e um short de ciclista dotado por almofada. A almofada do short de ciclista pode ser em silicone ou espuma. Eu acho as de espuma mais macias, mas para quem tem problema de coluna pode não ser boa. Nesse caso é melhor utilizar as de espuma de colchão. As luvas são importantes porque a primeira coisa que fazemos ao cais de uma bike é colocar as mãos no chão. Não vejo necessidade de proteção dos joelhos e cotovelos. Já cai várias vezes da bike e nunca ralei essas extremidade. Apenas leigos caem com esses membros no chão. 
Na bike e no capacete, é importante utilizar luzes sinalizatórias, principalmente à noite. A camisa de ciclista geralmente vem com tiras refletivas, o que ajuda bastante a visibilidade à noite.
Espelhos retrovisores são de extreme importância, mas apenas os panorâmicos (com grau) funcionam efetivamente. Com esses retrovisores dá para ter uma visão ampla, nítida e detalhada de toda a área de trás da bike.   

CONHECIMENTO DAS NORMAS DE TRANSITO   
É importante que o ciclista conheça as normas de transito e de condução de bike, principalmente a sinalização de prosseguir em frente ou virar a esquerda ou direita. É extremamente perigosos seguir em frente sem avisar aos motoristas num cruzamento sem semáforo ou mesmo numa rua de acesso de veículos. Vai em frente? Avise esticando o braço direito para frente e com a palma da mão aberta. Vai dobrar à direita? Avise esticando o braço na direção que vai dobrar. Um procedimento simples que tem evitado muitos acidentes. Seja numa faixa de ciclista ou mesmo na beira de uma pista movimentada, nunca saia da linha reta bruscamente. Verifique se não vem ciclista cortando você ou veículos muito próximos. A bike deve ser conduzida na mesma mão do transito. Alguns acham que estão mais seguros pedalando no contrafluxo ou contramão do transito. Lerdo engano. Primeiro porque os motoristas não esperam que venha algum obstáculos na contramão. Segundo porque dificulta e encurta o tempo de visualização do motorista. Terceiro porque aumenta a velocidade da bike em relação ao veículos (as velocidade se somam), aumentando o impacto em caso de uma colisão. 

Locais desertos é bom ir com muita gente. Nunca entre em trilhas sozinho ou com poucos ciclistas. Essas são as dicas básicas para ciclistas iniciantes. Agora mãos à obra e passe um dia feliz com sua bike. Ah! Nada de encher a cara e sair por aí pedalando. Juízo.      
 

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