A dançarina do Maurício Reis


Tenho um pen drive com músicas românticas que os metidos a intelectuais chamam de "brega". Brega que eu sei é aquele lugar cheio de meninas que prestam assistência sexual mediante pagamento e que os homens vão para relaxar. Mas vejamos...

Só tenho tempo de ouvir música no trânsito, graças aos péssimos motoristas que temos para engarrafar o transito e causar acidentes. Aproveito o tempo para ouvir músicas de qualidade, não aquelas besteiras com frases repetitivas para retardados que nossos "artistas" produzem. Música tem que ter letra, uma boa história e interpretação. Por isso escuto Creedence, Dylan, Maurício Reis, José Ribeiro, Bartô Galeno e outros. Estava com um colega engenheiro calouro no carro. Contaminado com as ideologias sociais da universidade, resolveu criticar a música que eu estava ouvindo (Dançarina, de Maurício Reis). Isso mesmo, o "Poeta do cravo branco". Maurício Reis ganhou esse apelido porque só cantava com um cravo banco na lapela do paletó (geralmente em tecido quadriculado). Interessante que quando os "bregas" estão em inglês, como "Have you ever seen the rain" do Creedence e "The first cut is the deepest" (a primeira gaia dói mais), do Roderick Stewart, não tem problema. Ninguém é tão inocente para achar que o Rod (para os íntimos) estava dizendo que "o primeiro corte é mais profundo". Bastante incomodado com a música, o colega novinho começou a esculachar. Perguntei o que ele não gostava da música porque o arranjo musical é excelente. Ainda desafiei o tal a mostrar uma única música das MPB que ele valoriza que tenha um arranjo musical tão rico e bonito quanto as músicas "de brega". Não tem. Só abestalhados com violão repetindo "Vento, vento, vento..".  Então o tal começou a criticar a letra. Se está criticando a letra é porque possui conhecimento suficiente para entender a mensagem, pois não? Claro, se está criticando é porque fez a devida exegese e entendeu ou é analfabeto funcional e papagaio de ideólogo social. Pedi para o intelectual de meia tigela (hoje isso é comum) interpretar o texto da estrofe:

"Vim aqui me distrair

E prometo não sair

Sem furar o seu cartão

Enrolou, enrolou e não conseguiu. Falei para ele que essa música foi composta por um servente de pedreiro. Isso mesmo. Mauricio Reis era servente de pedreiro até fazer sucesso com suas músicas. Um engenheiro não consegue interpretar o que um servente de pedreiro escreve? Isso não é vergonhoso?

Essa geração "Y"/"Z" é um desastre. Chegam no point, cheio de meninas querendo dar e ficam só conversando besteira. Não são objetivos e por isso gastam dinheiro, perdem noites de sono, enchem a cara e não comem ninguém. Sem falar nos bois-tabacos que se drogam. 

Expliquei:

Antigamente as discotecas utilizavam cartões, semelhantes aos utilizados nos trens. Um recorte de papelão duro de aproximadamente 6 cm x 2,5 cm, com um carimbo no formato redondo contendo o nome da discoteca e a data. Esse controle era feito para evitar que uma pessoa comprasse uma entrada, usasse a discoteca e repasse o cartão para os colegas aproveitarem sem pagar. Por isso havia um segurança na porta com um alicate de furo para furar o cartão de quem saísse (iguais aos dos antigos trens). Na verdade não eram seguranças, mas apenas porteiros. Nessa época todo homem andava armado e não precisava de segurança. Não eram como os galinhas medrosas de hoje. Quando alguém ia sair o porteiro perguntava se ia voltar. Se a pessoa dissesse que sim, teria que deixar um documento com foto retido na portaria. Começaram a usar um carimbo no dorso da mão (para que o porteiro pudesse verificar na volta se era a mesma pessoa que comprou o ingresso), mas começaram a falsificar o carimbo... Caso a pessoas dissesse que não ia mais voltar, o porteiro então furava o cartão. Com o cartão furado ninguém podia entrar. Furar o cartão significava que a pessoa não ia mais voltar para a discoteca. E a dona ia ficar com o acompanhante. Por isso o Mauricio Reis disse isso. Essa é a interpretação correta do texto. Claro que também pode ter conotação sexual, um segundo sentido, como ter relação sexual com a moça, mas a ideia principal não é essa.  

Dançarina - Mauricio Reis

"Dançarina, me dá o prazer
De dançar comigo esta canção

Vim aqui me distrair
E prometo não sair
Sem furar o seu cartão

Vim aqui me distrair
E prometo não sair
Sem furar o seu cartão

Dançarina, o meu ex-amor

De repente me abandonou
Tantas vezes me traiu
Meu coração não resistiu
Afinal, tudo acabou

Tantas vezes me traiu
Meu coração não resistiu
Afinal, tudo acabou

Oh! Dançarina oh! Dançarina
Tu és tão linda
Sei que vou sentir ainda
Novo amor, nova paixão

Oh! Dançarina, oh! Dançarina
Por favor, dança comigo
Que me casarei contigo
Te darei meu coração."


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