Por que ninguém gosta de viajar de ônibus?

Ninguém em são juízo quer andar nessas porcarias. Ônibus, principalmente os municipais e intermunicipais, representam tudo que é de ruim e de pior.
 
Nenhuma mulher inteligente quer namorar homem sem carro. Homem sem carro não é homem. É meio homem. No meu tempo as mulheres diziam que só namoravam um homem se ele tivesse pelo menos um fiat uno. Como eu não tinha carro, também não tinha namorada. E elas não estavam erradas. Gente decente só anda de ônibus se for muito pobre ou tiver passando por uma situação muito difícil.

Essa falácia de pseudointelectual que não nunca andou de ônibus de que "transporte bom é o transporte coletivo porque aproxima as pessoas", esse calor humano, esse povo maravilhoso... Não, péra. Isso é sacanagem para gozar com a cara do pobre. 

Trabalhadores estão adoecendo. E não é por causa do trabalho. Enquanto as organizações ficarem fingindo que se preocupam em combater o preconceito contra os rotulados sociais e não contra pobres, que são os que realmente  sofrem com o preconceito, o problema não será resolvido. Ninguém inventa uma forma de melhorar a vida dos trabalhadores. É só blá, blá, blá de palestras inúteis e nada mais. 

Transporte coletivo é degradante, perigoso, nojento, insalubre, fedido, estressante e destruidor da  autoestima. São veículos sujos, cheios de poeira, que nunca são lavados e sujam as roupas dos usuários. A tortura dos que precisam do transporte coletivo começa já na parada ou ponto, quando o usuário sai para o trabalho e começa a sentir o pânico da iminência do assalto. Toda moto com dois que passa, o coração salta pela boca. A espera parece ser uma eternidade. Comendo poeira e levando sol na cara, finalmente chega a carroça nojenta que chamam de "transporte coletivo". O carro vem lotado que nem sardinha, sem espaço nem para alguém cair. Pode soltar as mãos que não cai. Quem anda de ônibus sarra e é sarrado. Alguns espertinhos aproveitam para se esfregar nas mulheres. Um engraçadinho grita de lá: -"Atola motor". O desdentado do lado com apenas duas presas (que não morde, fura) responde: -"Ôpa! Deixa que eu atolo...". Uma velha assanhada que acaba de entrar no ônibus grita: -"Que aperto, que aperto. E é assim é? Um atrepado no outro? Tem alguma coisa me furando,... Ah, ha ha ha ha haeeeeeeeeeeeeeeeeee!". E a baixaria começa. O calor é insuportável. O barulho das pessoas sem muita educação falando alto é perturbador. Alguns ficam esmagados nas barras de ferro de sustentação. Mas calma que piora: alguém solta um pum silencioso (esse é o pior). As curvas e os freios em alta velocidade esmagam todo mundo contra a corroceria para os lados, para frente e para trás. Um chacoalho que combinado com o mau cheiro de suvaco, boca, rabo e pum, dá vontade de vomitar. A viajem prossegue e aos poucos o coletivo vai esvaziando. Daí tem inicio novamente o temor de assalto. Sobe uns pedintes fedidos, alguns se arrastando pelo piso, outros exibindo feridas infeccionadas para sensibilizar os passageiros. Depois entram uns noiados fedidos com tatuagens, piergings e cabelos moicano de retardado falando merda em tom ameaçador: "nói vai meter mola...", "samo da favela boi tabaco...", "viva a facssaum fossa chêa..." e "vamos tocá o terrô na facssaum pôca medha..." [sic]. Os noiados descem, mas logo em seguida sobe um chato tocando um pandeiro: -"Oi tá, oi, tá,... tum, tum, tac, tac,... tum, tum, tac, tac,...o cidadão com o bigode rapado de tanto a muié bêjar...". Mal o chato do pandeiro desce, e já bem próximo ao terminal, os passageiros restantes são abordados por dois bandidos armados: "é um assalto, passa tudo ou estôro tua cabeça filho da puta..."[sic]. Finalmente a viajem chega ao final e o trabalhador bate o ponto na empresa e é encaminhado para ouvir palestras sobre "qualidade", "responsabilidade social" e "igualdade, equidade e inclusão" (mas só para os que possuem rótulo ideológico). O trabalhador finge que acredita para não perder o emprego e continua fazendo o seu papel de "profissional". A volta é da mesma forma. Vai para casa apenas para dormir e acordar no outro dia para passar por tudo novamente. O medo de morrer de fome e ver a família passado necessidade é maior do que o medo de perder a saúde.

O pânico gerado pelo terror do assalto atrelado a sensação de impotência é uma verdadeira tortura para qualquer cidadão, inclusive para aqueles que elegeram e reelegeram políticos que defendem desarmamento de cidadãos e benefícios para bandidos, como redução de penas, saidinhas e motel presídio.    

E aos poucos nosso trabalhadores vão adoecendo e morrendo. Ou já morreram e não sabem. 


Postagens mais visitadas

Mulher furada e mulher cabaço

Os micos e ridículos do desarmamento

Quer ficar parecido(a) com maconheiro(a)? Faça uma tatuagem.

Por que os cristão rejeitam a esquerda?

Ideologia canalha: inversão de valores

Eleitores transformaram o Brasil num inferno de bandidos e noiados

O Estado tem o dever de capacitar o cidadão para se proteger de bandidos

O estranho, inexplicável e incomensurável amor do povo brasileiro pelos bandidos