Só veio dá o "Êpa" mesmo

Um conto interessante contado aqui no nordeste que não sei de quem é a autoria.
O proprietário de uma mercearia abria o estabelecimento todos os dias pontualmente às seis horas da manhã. E nas primeiras horas do dia sempre deixava seu filho, um moleque de poucos anos de idade, tomando conta do comércio. Precisava arrumar o armazém de sua propriedade que ficava próximo.
Todos os dias, assim que abria, entrava um cabra carrancudo. Um cachaceiro que diariamente tomava o seu desjejum, o famoso "quartinho". O quartinho ou "quartim", como é chamado, é servido em um copo pequeno, correspondente a medida de um quarto do copo grande. O cabra chegava cheio de moral. Dava um forte soco no balcão de madeira ao mesmo tempo que gritava: 
-"Êeeepa! Bota uma pra mim aí fíi de rapariga..., fíi de puta e de corno...".
O moleque corria, pegava a garrafa de pinga, despejava o conteúdo no copo e dava ao seu intimidador. O cabra limpava a boca com a manga da camisa, dava uma cuspida no chão, jogava uma moeda no balcão, dizia mais alguns palavrões e ia embora.
Certo dia, o moleque contou para o pai o que se sucedia. No dia seguinte o pai resolveu passar primeiro na mercearia para depois ir ao armazém. Daí chega o cabra, alvoroçado como sempre. E como de costume, dá um forte soco no balcão, grita "Êeeeepa!...". Nesse momento ver o pai do moleque abaixado atrás do balcão amolando um faca peixeira enorme. O senhor para de passar a faca na mó, olha para o cabra e pergunta: 
-"Quer alguma coisa cabra?  
Ele responde:
-"Nada não. Hoje eu só vim dá o êpa". 
É por isso que aqui no nordeste quando alguém não demora num lugar dizem que "só veio dá o "Êpa"". 

 

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