Será que apenas anormais, fracos da cabeça e desequilibrados são religiosos?


Nos círculos ateístas corre a ideologia de que "se normal fosse, religioso não seria", "se é religioso já não bate bem" e "pessoas normais, centrada e equilibradas não precisam de religião". Mas será que isso é verdade?


Sim, em parte é verdade. Eu sou uma pessoa normal, centrada e equilibrada e não preciso da religião pela necessidade de ter uma religião. Não preciso dessa muleta psicológica porque não tenho medo da vida e nem da morte. Aceito as coisas como elas são. Tomo as rédeas da minha própria vida, assumo meus erros e aprendo com eles. Não tenho ilusões divinas e sei que a natureza é antiética e perversa. Más formações congênitas, cânceres agressivos e causadores de grandes sofrimentos em crianças, posicionamento da terra numa rota de asteroides, agentes biológicos causadores de doenças e outros fatores comprovam que a nossa natureza é antiética e perversa. Castigar crianças inocentes por causa do pecado do mundo é mais que injustiça. É atrocidade. Não conseguiria dormir em paz com a minha consciência compactuando ou sendo conivente com uma ideologia dessa. Sei que a vida é breve e passa como um sopro e por isso aproveito cada segundo. E quando chegar a minha hora devo aceitar com a consciência tranquila de que fiz o que era correto e vivi cada segundo da melhor maneira possível. Deitei no tapete, rolei com meu filho, tomei banho de chuva e fiz tudo que estava ao meu alcance para ser feliz e fazer os outros felizes. Ninguém pode ser feliz com alguém infeliz do lado. A felicidade do seu próximo é a sua também. Torcer contra o próximo, ainda mais contra um familiar, é burrice. Se seu próximo está bem de vida, no mínimo não vai lhe pedir dinheiro emprestado. E isso já é uma bênção.

No entanto, ser religioso é mais que ser normal, centrado e equilibrado. Senão, vejamos: 

Encontrei um colega dos tempos do colegial, mestre em história, doutor em história das religiões e diácono de uma igreja evangélica. Perguntei para ele como conseguia conciliar a crença com os fundamentos científicos existentes sobre Jesus e a bíblia. O modo como a bíblia foi escrita, editada e montada, atrelada a falta de evidencias sobre o Jesus bíblico e as discrepâncias das poucas evidencias existentes sobre o Jesus histórico, não seriam entraves na fé?

A resposta foi surpreendente:

"A igreja é o último reduto sadio que ainda temos nesse mundo, apesar das fraquezas de alguns religiosos. É na igreja que os jovens aprendem oratória, música, teatro, administração, organização, disciplina, respeito e encontram forças para lutar pela vida e ser cidadãos de bem. Tenho duas filhas adolescentes e não gostaria de vê-las nas drogas e na prostituição, como é o apelo fora da igreja. São filhas excelentes e como diácono posso acompanhá-las e também participar da vida religiosa. Não acredito cem por cento no que é pregado, mas sempre há algo bom que não encontramos aqui fora. Se é algo bom que eu quero para elas, devo dar o exemplo". 

Concordei com ele em gênero, número e grau. As pessoas são religiosas por vários motivos. As causas que levam uma pessoa a abraçar determinada religião são muitas e variáveis. Digo sem medo de errar: a maioria não acredita em tudo que está na doutrina. São religiosos mais para ter um lugar decente para ir nos finais de semana, criar os filhos, se socializar etc

Soube de um caso de um rapaz que viajou com sua esposa e foi visitar um colega que conheceu no trabalho. Bebida vai, bebida vem, rola umas baforadas de maconha. O rapaz ameniza a situação para a esposa dizendo que maconha é liberada em alguns países merdilizados etc  Daí a pouco começa a putaria da troca de casais. A esposa fica horrorizada, sai correndo e até acaba o casamento. Depois de muita negociação, a esposa volta para ele, mas com uma condição: o marido tem que ser crente vinte e quatro horas por dia. Hoje ele é crente em Jesus. Aleluia!  


Por mim pode acabar todas as religiões do mundo. Religião não me faz falta alguma. No entanto, nem todos que abraçam uma religião são problemáticos. Eu não acredito em nada, mas minha esposa é religiosa e eu a acompanho nos cultos sem problemas. Mesmo excluindo o viés religioso, ainda há uma mensagem de força, paz, esperança e doutrinação que merece ser considerada. Apesar do quadro pintado por algumas novelas de TV, que mostram religiosos (principalmente evangélicos) como pessoas toscas, óculos fundo de garrafa, retardados, imbecis, preconceituosos e ignorantes, a realidade não é bem essa. Pessoas que antes tinham a imagem do cão, drogados, arruaceiros e criminosos, hoje vemos os tais bem vestidos, limpos, asseados, disciplinados, trabalhadores, bons cidadãos, maridos, esposas e filhos. Para essas pessoas a religião é uma questão de vida ou morte. Nunca tire isso delas.

 

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