A desonesta inversão do ônus da prova


Desonestidade intelectual e ideologia andam juntas. E os ideólogos fazem de tudo para defender suas ideologias. Pagam mico, passavam vergonha e até arriscam as próprias reputações em nome da ideologia que acreditam ser verdadeira. E como conseguem isso? Simples: invertem o ônus da prova.

Nem todo mundo é analfabeto científico o suficiente para não perceber uma falácia básica dessa. A inversão do ônus da prova é uma falácia utilizada largamente por pessoas desonestas para confundir, convencer, calar, lacrar e até mesmo censurar uma ideia contrária. 

É o caso das fake news, das discussões ideológicas e das acusações com fins políticos. No Brasil está assim: eu alego e você prova o contraditório. Na verdade, a quem alega é que cabe o ônus da prova. Se alguém me acusa de algo, cabe ao acusador provar. Não a mim. Acusar alguém de ser bandido, assassino, corrupto etc exige a apresentação da sentença condenatória. Mas a desonestidade de alguns, atrelada aos interesses na ideologia pregada e ao analfabetismo científico da maioria do povo (92% da população), transformaram a mentira em verdade, o tosco em inteligente e o execrável em algo bom e decente.

Exigir que alguém prove a alegação de terceiro é mau-caratismo galopante. No mínimo é possível enquadrar isso como ignorância. É o caso do incréu que alega não acreditar em determinado deus e o religioso pede que o incréu prove que o deus dele não existe. Mas quando o incréu usa a mesma falácia alegando que Saci-Pererê existe porque o religioso não conseguiu provar que ele não existe, o falacioso não aceita.

O povo se acostumou com aquelas discussões de comadres da TV, que os analfabetos científicos chamam de "debate". Debate exige prova de todas as alegações. Afirmou tem que provar. Se não consegue provar, não pode afirmar, e a alegação deve ser desconsiderada por incorrer em falácia. Se chama acurácia, método científico e ciência. Claro que para que as provas apresentadas sejam aceitas devem ser analisadas e validadas seguindo o critério científico.

Parece que inverter o ônus da prova virou moda até na esfera judicial. Tudo em nome da ideologia tosca em que acreditam os militantes (principalmente políticos). Qualquer tosco agora pode escolher uma vítima (geralmente apresentadores de programas de TV não politicamente idiotas) para processar. Basta um desses falar em rede nacional que está preto de chuva ou que meninos vestem azul e meninas vestem cor-de-rosa que já são acusados de racismo, homofobia ou qualquer outra idiotice nesse sentido. 

Eu digo que a estatal tal foi saqueada no governo tal. Mostro processos, sentenças etc Mas o cara continua na mesma lógica circular dizendo que não. A estatal tal está sendo saqueada agora pelos americanos porque o governo atual entregou a estatal para os americanos. Eu peço uma prova disso, mas nenhuma é apresentada. Somente o discurso vazio, falacioso, ad nauseam. Eu provo as ideologias toscas de certos partidos políticos por meio de Projetos-Leis de parlamentares integrantes desses partidos, cláusulas constantes dos programas de governo etc Mas o energúmeno continua afirmando que não é bem assim.

Fica a questão: analfabetismo científico ou mau-caratismo? Vai de qual?


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