Mundo, fresco mundo



Há dois programas de sucesso no Brasil: idiotização e frescalização.

O programas de idiotização, como todos sabem, já é um sucesso. O de frescalização  estamos quase lá. Mas não se preocupem. Vamos conseguir. Depois da incessante luta do povo brasileiro pelo direito de ser assaltado, estuprado e assassinado, agora há outro esforço em curso: a incessante luta do povo brasileiro pelo direito de ser fresco. Bom, se depender de escolas (sim, ESCOLAS), mídia e de alguns políticos, vamos conseguir. Lembrando que: escolas + mídia + políticos = eleitor.

Depois dos famosos "Não toque no meu bandidinho porque bandido bom é bandido com direitos", "Aiiin! Sou da paz, tá?", "Desarme e dê para o bandido", "Ninguém solta o pau de ninguém" e "Uau! Também queimo", os eleitores agora estão preocupados com o processo de frescalização do povo, principalmente jovens e crianças. Sob a alcunha de igualdade, equidade, diversidade ou outra merda qualquer nesse sentido, as ideologias mais toscas estão sendo empurradas goela abaixo. E o povão gostando.

Já não posso mais correr na praia porque vou constranger os cadeirantes. Não posso reagir a um assalto praticado por um travesti ou por uma mulher para não ser acusado de homofobia ou feminicídio. Não posso dizer que sou branco, mas "negro embranquecido", para não cometer crime de racismo. Não posso citar uma publicação científica (indexada e com revisão de pares) falando das limitações das mulheres em relação aos homens para certas tarefas/situações. Da mesma forma, também não posso cumprir as leis trabalhistas proibindo mulheres grávidas de desenvolverem atividades em ambientes insalubres. Tudo isso para não ser acusado de machismo. Não posso fazer citação com termos pejorativos que expressam a minha visão em relação a coisas repugnantes e execráveis, mas devo ser hipócrita e dizer que é lindo, bom e decente, mostrando que também sou politicamente idiota.

Tem frescura até na comida. É cerveja sem álcool, pimenta que não arde, café sem cafeína, "carne" de soja... Para que consumir então? Enganar a si mesmo? Não pode passar sem?  Sabe, aqueles marmanjos que ficam passeando com um cachorrinho dentro de um carrinho de bebê? E os frescos com cabelo de ninho de urubu?

Basta publicar nessas bostas de redes sociais algumas fotos de animais selvagens se alimentando (de outro animal, claro) ou de uma suculenta banda de boi pendurada num frigorífico, que lá vem os frescos: "Nothsa! Que nojo, não como mais carne". "Você não tem consciência do sofrimento da zebrinha sendo devorada pelo leão?". Se for foto de mulher é assim: "Ainn! Bonita, mas tem umas estriazinhas... Mais fresco.

Esse é o mundo fresco que construímos. A mordaça já esta aí. E veio em forma de lei. Para a grande perseguição falta pouco, muito pouco. Daqui para frente quem não for fresco e marica tá lascado. Não vai ter emprego ou clientes. Não vai poder estudar em escolas. Ou aceita o selo ideológico ou será discriminado, rejeitado, isolado e execrado pela sociedade. 

Sim. Com as bênçãos dos ELEITOSCOS essa frescura vai longe. E você, vai continuar fingindo que está servindo a dois senhores?


Postagens mais visitadas

Mulher furada e mulher cabaço

Os micos e ridículos do desarmamento

Quer ficar parecido(a) com maconheiro(a)? Faça uma tatuagem.

Por que os cristão rejeitam a esquerda?

Ideologia canalha: inversão de valores

Eleitores transformaram o Brasil num inferno de bandidos e noiados

O Estado tem o dever de capacitar o cidadão para se proteger de bandidos

O estranho, inexplicável e incomensurável amor do povo brasileiro pelos bandidos